sexta-feira, 24 de julho de 2009

O.K. [1997]


Em frente havia uma rua asfaltada, dividida com aquela fita amarela indicando a contramão. Do lado esquerdo um canteiro de grama bem verde, do lado direito também. Eles estavam sentados num dos degraus daquela escada, com corrimãos de ferro recém-pintados. No meio de um caloroso debate:
- ...veja bem –, indicava o amigo de Fred Harris. O negócio é o seguinte, o cara tem a pálpebra do olho esquerdo caída e não usa drogas pesadas. Mas o segundo disco foi composto por ele no fundo do ônibus de turnê, bêbado. Imagine você se tivesse que cantar Creep num palco ‘eu sou um horroroso, sou um esquisito, que merda eu estou fazendo aqui?’ Você acredita que ele fugia das festas no backstage dos shows, algumas vezes já foi flagrado sozinho no camarim...
- Pior é ser comparado com o U2! –, replicou Fred. Eu acho que o OK Computer é o auge da influência do Closer do Joy Division.
- Mas esse não é o problema –, retrucou o amigo de Fred.
- Como assim... Você não concorda que há influência do Joy Division... daqueles sintetizadores...
- O negócio é a influência do The Idiot em Closer, diz-se que Ian Curtis se suicidou ouvindo esse disco do Iggy Pop...
- Ah... Sim, faz sentido –, concordou Fred.

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