segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carnaval Alternativo [1999]


Sexta-feira de carnaval, 1999. Um cara chegou perto de Pamela e perguntou alguma coisa que misturou com o barulho da festa:
- Ahnn...? É que eu não estou ouvindo nada –, ela tentava se aproximar.
Estava realmente fazendo muito barulho na Rua da Moeda em Recife. Era uma ‘carnaval alternativo’. Três mil pessoas enlouqueciam com o show do Nação Zumbi. O cara chegou e perguntou um pouco mais alto:
- Que banda é essa que está tocando?
- Ah! Daruê Malungo –, depois de enxugar a espuma de cerveja que estava na sua boca com as costas da mão, mas rapidamente corrigiu, antes que o cara se convencesse:
- Minto, é Nação. Nação Zumbi!
O cara ficou curioso e disse:
- Daruê Malungo é daqui?
- É. O show foi maravilhoso. Teve cantos e danças afros no início, depois ‘mangue’, aquela mistura de rock com vocais rap e tambores do maracatu...
Quando Pamela se deu conta o cara já tinha sumido. Ela olhou para um lado e olhou para o outro, viu um senhor e lhe perguntou:
- O senhor viu um cara... ele usava óculos escuros, uma camisa estampada, calça jeans larga... chapéu de palha...
O senhor apontou para a fachada de um casarão do Recife e disse:
- É aquele ali!
- Oh! Pamela estarreceu ao ver a imagem de Chico Science grafitada entre os portões de um sobrado do Recife. A memória tatuada da imagem de um mangueboy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário